cover
Tocando Agora:

Acre vai à COP30 para defender inovação climática, preservação e soluções para eventos extremos

Serão discutidas ainda, soluções para as queimadas e a atenção à vivência dos povos indígenas A delegação oficial do Acre vai à Conferência das Naç...

Acre vai à COP30 para defender inovação climática, preservação e soluções para eventos extremos
Acre vai à COP30 para defender inovação climática, preservação e soluções para eventos extremos (Foto: Reprodução)

Serão discutidas ainda, soluções para as queimadas e a atenção à vivência dos povos indígenas A delegação oficial do Acre vai à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) para defender bandeiras como direitos dos povos originários e soluções climáticas efetivas e inovadoras para mitigar os extremos do clima enfrentados na região, como secas e enchentes. Conforme o governo, também serão discutidas soluções para as queimadas e a atenção à vivência dos povos indígenas que sofrem com os desmatamentos e as derrubadas no Acre. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp O estado mediará painéis temáticos sobre prevenção da mortalidade florestal, riscos de fogo e as secas severas, como as que assolaram a região na estiagem desse ano, quando todos os 22 municípios do estado estiveram em situação de emergência devido à seca dos rios. A composição da comitiva não foi divulgada pelo governo. Contudo, a programação prevê os seguintes painéis com organização de representantes do estado: Povos indígenas do Acre: territórios vivos, soluções climáticas reais; O Acre no caminho certo – as experiências de soluções climáticas inovadoras no Acre, Brasil; Governança e monitoramento integrado no Estado do Acre; Governança verde: modelo acreano de resiliência climática; PPCDQ Acre: um modelo de sucesso subnacional para a conservação da Amazônia e o cumprimento das metas climáticas globais; e Repartição de benefícios em programas jurisdicionais de REDD+ – experiência do Acre, Brasil. Boa parte destas pautas já foram tema da participação acreana em edições anteriores da COP Foto: Agência Pará Panorama Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, no interior do Acre Arquivo/SOS Amazônia Boa parte destas pautas já foram tema da participação acreana em edições anteriores da COP. É o caso do programa REDD Early Movers (REM), iniciativa de cooperação entre Alemanha, Reino Unido e Brasil, que promove conservação ambiental por meio do apoio a produtores rurais, ribeirinhos e indígenas. Às vésperas do início da conferência, o executivo teve uma vitória com a aprovação do chamado Orçamento Climático, projeto de lei que institui o mecanismo de identificação e organização de ações orçamentárias destinadas ao meio ambiente. Aprovado pelos deputados estaduais, o projeto seguirá para sanção do governador Gladson Camelí (PP). LEIA MAIS: Ar de Rio Branco fica quase 30 vezes mais poluído que o tolerável pela OMS e médicos alertam para risco de infarto e doenças respiratórias Carta de Belém: professores do AC defendem inclusão de povos tradicionais na gestão ambiental Acre decreta emergência por conta da seca dos rios e falta de chuvas De acordo com Camelí, a participação na COP vai reforçar as estratégias que têm sido implementadas há décadas. "Tem um simbolismo muito forte. É onde o mundo vai olhar de perto o que está em jogo quando falamos sobre mudanças climáticas. O Acre chega a esse encontro com uma trajetória reconhecida de mais de duas décadas de políticas públicas voltadas à sustentabilidade, conservação ambiental e valorização dos povos da floresta”, avaliou. Transporte público: o que falta para os ônibus elétricos serem maioria no Brasil? Crise ambiental Fotos da COP em Belém AFP; Reuters; AP Em agosto desse ano, o governo federal reconheceu a situação de emergência nas cidades do Acre por causa da seca nos rios que cortam o estado. A publicação foi feita no Diário Oficial da União (DOU), por meio da Portaria nº 2.521. À época, o regime de chuvas no estado, durante o 1º semestre de 2025 foi inferior ao esperado, o que contribuiu para o cenário de seca dos mananciais. Ainda no mês de agosto, o Rio Acre, por exemplo, ficou a apenas 26 centímetros da menor cota da história, 1,23 metro em agosto de 2024. (Confira abaixo as menores cotas já registradas na capital) 1,30 metro - 17 de setembro de 2016 1,29 metro - 11 de setembro de 2022 1,27 metro - 28 de setembro de 2022 1,26 metro - 29 de setembro de 2022 1,25 metro - 2 de outubro de 2022 1,25 metro - 20 de setembro de 2024 1,31 metro - 11 de agosto de 2025 Qualidade do ar crítica Em 2024, as plataformas de monitoramento de qualidade do ar revelaram um cenário preocupante para a capital acreana Rio Branco. O índice de poluição chegou a ficar “muito insalubre” segundo a plataforma IQ Air, figurando várias vezes como a cidade mais poluída do país. Naquele ano, o estado ficou encoberto por uma densa camada de fumaça causada pelas queimadas que têm ocorrido não apenas no Acre, mas também nos estados vizinhos, Amazonas e Rondônia, e nos países vizinhos Em 2025, o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou uma redução acentuada da atividade de fogo neste ano na capital acreana. Desmatamento O desmatamento, uma das maiores ameaças à floresta Amazônica, segue como uma das questões a serem enfrentadas no estado. Outro levantamento do Inpe revelou que 18,8 mil quilômetros quadrados (km²) de floresta foram derrubados no Acre em 2024. Contudo, a média anual de km² de floresta destruída chegou ao menor índice em oito anos, com 325km² entre agosto do ano passado e julho deste ano, uma redução de 27,6% em relação ao período anterior. Reveja os telejornais do Acre