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Diferença salarial entre homens e mulheres nas maiores cidades do Sul de MG é maior que a média nacional

Diferença salarial das mulheres nas maiores cidades da região é maior que a média nacional No Brasil, as trabalhadoras recebem 21,2% menos do que colegas ho...

Diferença salarial entre homens e mulheres nas maiores cidades do Sul de MG é maior que a média nacional
Diferença salarial entre homens e mulheres nas maiores cidades do Sul de MG é maior que a média nacional (Foto: Reprodução)

Diferença salarial das mulheres nas maiores cidades da região é maior que a média nacional No Brasil, as trabalhadoras recebem 21,2% menos do que colegas homens na mesma função no setor privado, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego no início deste mês. Mas em todas as quatro maiores cidades do Sul de Minas, a diferença salarial entre homens e mulheres é maior que a média nacional. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram Veja a diferença: Poços de Caldas - mulheres recebem 29% menos que os homens Varginha - mulheres recebem 28% menos que os homens Pouso Alegre - mulheres recebem 28% menos que os homens Passos - mulheres recebem 27% menos que os homens A participação das mulheres no mercado de trabalho cresce ao longo dos anos. O número de funcionárias nas grandes empresas subiu de 7,2 milhões, em 2023, para 8 milhões em 2025. Mas a medida que elas ocupam o mercado de trabalho, a diferença salarial se sobressai. Mulheres recebem 21,2% menos do que colegas homens na mesma função, segundo MTE Mimi Thian/Unsplash A desigualdade salarial aumentou no último ano. Segundo levantamento do Ministério do Trabalho, no primeiro semestre de 2024 a diferença era de 19,4%, elevando-se para 20,7% no segundo semestre do ano passado e no primeiro semestre deste ano até atingir o patamar atual de 21,2%. A diferença, em média, representa R$ 1 mil a menos nos salários das mulheres. As informações fazem parte do Relatório Anual de Informações Sociais (Rais), que engloba aproximadamente 54 mil empresas com 100 ou mais empregados e levam em consideração o período entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025. As justificativas das empresas para desigualdade, segundo o levantamento, são: tempo de experiência na empresa (78,7%) cumprimento de metas de produção (64,9%) existência de plano de cargos, salários ou carreira (56,4%). Ciente do problema, o Sindicato dos Empregados do Comércio de Varginha e Região iniciou uma campanha de equidade salarial. “Nós atendemos aqui diversas mulheres, grávidas, mães solos e, normalmente, elas apresentam para gente essa demanda de indiferença de algumas empresas: ‘Por que eu faço a mesma coisa que o meu colega de trabalho, mas eu não tenho a correspondente remuneração igual a dele’”, afirma o advogado do Sindicomerciário, Joel Vieira. Esta distinção salaria, que pode ser punida na Justiça, o relatório do MTE aponta que apenas 38,9% das empresas têm políticas de promoção de mulheres e somente 21,9% oferecem auxílio-creche, o que prejudica a contratação de mão-de-obra feminina. “A primeira coisa que devemos fazer são políticas de fiscalização nas empresas de que a lei tá sendo de fato aplicada e também estender as saídas que a mãe pode fazer para poder acompanhar um filho no médico, para os pais, para que as empresas não fiquem presas a contratar somente homens, porque eles não têm direito a essas saídas e, também, valorizar a flexibilização da jornada de trabalho e também a possibilidade do auxílio creche”, afirma a advogada trabalhista Luara Valverde Lisboa. No caso da contratação das mulheres negras, a situação é ainda mais precária e apenas 23% das empresas possuem alguma política de incentivo de contratação. “Tem a questão estrutural da escravidão nesse país que também se via o trabalho do negro, não no sentido de uma valorização, mas uma servidão. Então, a mulher negra carrega mais nós de exclusão em relação aos demais membros da sociedade”, afirmou o sociólogo Zionel Santana. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas