Moradores atingidos por rompimento de reservatório enfrentam dificuldades após o desastre: ‘minha mãe perdeu tudo, não tem nada'
Rompimento de reservatório é flagrado por câmeras de segurança, em Campina Grande Um rompimento de um reservatório de água no bairro da Prata, em Campina ...
Rompimento de reservatório é flagrado por câmeras de segurança, em Campina Grande Um rompimento de um reservatório de água no bairro da Prata, em Campina Grande, matou uma idosa e destruiu casas no último sábado (7). Moradores atingidos pelo desastre enfrentam dificuldades nos dias seguintes do rompimento, que também deixou dois feridos e destruiu pelo menos quatro imóveis, além de inundar algumas ruas da cidade. Para a TV Cabo Branco, alguns atingidos relataram como foi os problemas que enfrentaram, entre eles a limpeza das casas, o trauma por parentes que passaram momentos de agonia e a perda de objetos importantes para a memória afetiva. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu uma investigação para apurar o rompimento do reservatório, no domingo (9), após instaurar uma notícia de fato. O governo estadual também está com uma investigação interna para avaliar o rompimento. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp Rompimento de reservatório que matou uma pessoa e destruiu casas: o que se sabe sobre o caso Quem é a idosa que morreu após reservatório de água romper em Campina Grande Abastecimento de água foi restabelecido em bairros de Campina Grande Trauma de família com idosa que enfrentou rompimento Trauma de família com idosa que enfrentou rompimento TV Paraíba A técnica em radiologia, Ghislaine Dubu disse que a mãe dela, já uma idosa de 75 anos, estava em casa sozinha quando o rompimento do reservatório aconteceu na manhã do sábado (7). Ela conseguiu se salvar após abrir o portão antes da força da água começar a entrar na residência. "Ela escutou o barulho, abriu a porta e correu para a rua, e quando ela correu a água veio e levou tudo. Geladeira veio para sala, a máquina de lavar do quintal veio para o quarto, veio a enxurrada, mas ela conseguiu se salvar", disse. Em relação aos bens materiais perdidos, ela conta que a idosa "perdeu tudo" e o trabalho para limpar a casa no bairro do Centenário teve que reunir uma força-tarefa de familiares. A idosa está acamada após o problema. "Minha mãe morava só, ela perdeu tudo, não tem nada, porque a casa não caiu, mas dentro de casa não tem mais nada, acabou tudo", explicou. Ghislaine explicou que está traumatizada com o que passou com a mãe TV Paraíba Sobre o impacto psicológico, Gislaine conta que após dias do ocorrido, ela ainda não se recuperou emocionalmente, principalmente sobre a possibilidade de ter perdido a mãe. "Tá caindo a ficha do que realmente aconteceu. Sábado foi o caos e o baque, e hoje com a sensação de ter que limpar tudo, jogar coisas fora, fotos de infância, coisas que não vão se recuperar", relatou. Marcas da água nas casas e portões rompidos Água chegou até parte superior de portão em casa de Campina Grande, após rompimento TV Paraíba Uma família, do bairro da Prata, teve dois portões rompidos dentro de casa por conta da força das chuvas. A aposentada Aparecida Souto disse que o nível do líquido chegou em até 2 metros e mostrou as marcas de até onde a água chegou na casa dela. "Eu fiquei gritando dentro de casa, fiquei em cima da cama gritando, porque a água subiu e eu não podia fazer nada. Fiquei gritando pelo pessoal. A água ficou até na parede, invadiu", disse. Outro morador de Campina Grande, Gleidson estava atendendo um cliente na entrada da fábrica, ainda no começo da manhã, quando percebeu uma correnteza de água descendo pela rua na direção de onde eles estavam. De acordo com o empresário, foram apenas alguns segundos até que tudo fosse tomado pela água. “Quando menos se espera um estrondo. Vi a parede caindo e disse: 'corre que vem água'. Só cheguei na garagem. Foi negócio de segundos para inundar tudo. A água me cobriu. Pensei em tudo e em nada ao mesmo tempo", relatou o empresário. Após ficar submerso pela água, Gleidson conta que se agarrou nas prateleiras distribuídas pelo interior da fábrica. Ele conseguiu não ser levado pela força da água porque as estruturas estavam parafusadas nas paredes da construção. "A sorte é que tinha essas prateleiras e ela são parafusadas. Eu me segurei nelas, um bloco de cimento ainda pegou em mim. Foram três segundos para a água subir e três segundos para a água baixar. A sorte foi isso", afirmou o sobrevivente. Governador garante apoio para vítimas Governador João Azevedo afirma que reservatório não apresentou sinais de rompimento TV Paraíba Durante coletiva de imprensa, o governador João Azevedo garantiu que as vítimas do rompimento, no que diz respeito a perdas materiais, receberão apoio do governo. “Tudo aquilo que se refere a apoio material, nós estamos equacionando e vamos resolver. Todas as famílias ficarão completamente protegidas pela mão protetora do governo, que tem obrigação sim e responsabilidade de tomar essas medidas”, destacou. O governo também criou uma comissão especial para acompanhar o caso, sob o comando do vice-governador, Lucas Ribeiro. Segundo ele, a Cagepa alugou residências para alocar vítimas que estão precisando de habitação. "Todos os prejuízos que as pessoas tiveram serão ressarcidos de imediato pelo governo e vamos fazer todo o levantamento (de danos)", afirmou. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba